sexta-feira, 18 de abril de 2008

Palco Giratório 2008

"O caleidoscópio da cultura brasileira"

Vamos começar falando do símbolo desse ano do palco giratório.
Achei lindo esse caleidoscópio nas cores amarela e laranja. O objeto e o símbolo em si já é uma arte, agora como "cara principal" desse projeto ficou mais simbólico sua importância.
O caleidoscópio é uma referência aos múltiplos fragmentos na grande roda desse projeto que vêm de todas as partes como: Artistas, companhias de teatro, dança e circo. No movimento do palco giratório pelo território nacional, forma-se infinitas impressões de sensações (nada melhor que o caleidoscópio pra representar esse termo).

O SESC há 11 anos criou esse projeto, mas no Ceará o festival chega à sua quarta edição trazendo 29 espetáculos adultos e infantis, de 26 companhias de onze estados, onde será realizados nos palcos do Sesc Senac Iracema, Teatro Sesc Emiliano Queiroz e também na praça do ferreira.
Graças as minhas provas, aulas, doença e contra-tempos, INFELIZMENTE só pude começar a conferir o festival no seu 16º dia.
Adentrando ao salão principal do Sesc Senac Iracema, já tive um grande impacto. Enormes e belíssimas fotografias de moda decoravam todo o recinto. Eu realmente parecia um mini ser perante aqueles gigantes quadros. Como minha câmera já se tornou uma companheira inseparável, não pude deixar de registrar toda essa beleza através dela.





A vontade que eu tinha era de pegar um quadro desse, colocar debaixo do braço e sair correndo. Um mais sumptuoso que o outro.
E me desculpem, fiquei estática ao ponto de esquecer de ir atrás de saber o nome do fotógrafo (excelente profissional por sinal).

Pois bem, chega a hora de conferir o espetáculo dos Catarinense da "Companhia Teatro Sim...Por que Não?" com a peça "O pupilo quer ser tutor", mas antes é preciso comentar que essa peça foi escrita pelo dramaturgo austríaco Peter Handle, onde foi encenada pela primeira vez na Alemanha em 1969, onde esteve em cartaz em vários lugares do mundo (inclusive duas vezes no Brasil), repercutindo grandes críticas.
O Pupilo quer ser tutor, passa através de um cenário sombrio e ríspido, onde os dois personagens dividem um cotidiano a sós e sem vida. As disputas cotidianas entre os dois é o foco principal da trama, onde o poder rege a vida do tutor e o cumprir, vergar do pupilo.
Mesmo sendo um indivíduo sob as ordens de outrem (tutor), o pupilo às vezes tenta sair de sua delimitação de subalterno, mas pouco depois volta pro seu espaço estabelecido nos limites do tutor.
Nada de palavras, monólogos e diálogos. Uma peça inteiramente expressada corporalmente. Uma linguagem que até então não tinha presenciado em uma peça teatral. A linguagem corporal foi reforçada ao ponto de não sentirmos a necessidade do conteúdo verbal. Daí o por que de tantas críticas.


Blogger deforma as fotos :(
Melhor qualidade aqui aqui aqui


Ficando pro debate logo em seguida com o atores, um deles conseguiu falar bem o que a peça passou, onde concordei plenamente. Peter Handle (autor), é do tipo que quer e consegue transmitir sensações mais através da pele do que pelo intelecto.
Ressaltanto aqui também, a EXECELENTE interpretação dos atores. Fiquei apática quando um dos atores contou no debate que na cena onde o mesmo sangra pelo nariz, não é nada técnico. Não tem caninho, bombinha, tubo, NADA. Tudo uma questão de disciplina.
Não me restou nenhuma dúvida perante ao potencial corporal deles.

Trecho da peça:







Um comentário:

Anônimo disse...
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