sábado, 23 de junho de 2007

Dói-me...

Dói-me chegar ao teatro, acomodar-me e olhar para trás e deparar com inúmeras cadeiras vazias, e perceber que as poucas pessoas presentes são parentes de atores ou atrizes.

Dói-me sentir o quão deve ser ruim ensaiar, ensaiar, errar, virar noites mal dormidas decorando o texto, pra no final do espetáculo pelo qual você tanto se dedicou, enxergar mais o vácuo do que olhos fascinados com o espetáculo.

Dói-me ter que aplaudir com bastante intensidade pra poder compensar todos os sons de aplausos que ali poderiam caber.

Sem mais com tudo a mais.




Um comentário:

Adriano Braga disse...

As coisas mais sólidas são preenchidas de um imenso vazio... O vácuo que existe entre a órbita do elétron mais próximo e o núcleo pode ser comparado como se o núcleo fosse a cabeça de um alfinete no centro de um campo de futebol e a órbita do elétron estivesse nas arquibancadas. Imagine só o vazio em um corpo composto de incontáveis átomos que formam incontáveis partículas, moléculas, tecidos... SISTEMAS.
No entanto, o que mais nos fascina não são os sistemas, as propriedades macroscópicas... O que mais nos fascina são os átomos, a parte microscópica.

Isso tudo é pra dizer que quando ele olhar para uma platéia vaga ele não estará vendo o sistema e sim os átomos, a parte essencial do sistema, a parte fascinante.

E esse texto explica a diferença de átomo e sistema. Só o átomo consegue escrever esse texto e o sistema nem o lê.

Sem mais com nada de mais. xD